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A Jarra - Ou, o que tem ocupado espaço em sua vida ?

  • Foto do escritor: Angelica Navickas
    Angelica Navickas
  • 15 de jun. de 2017
  • 5 min de leitura

Um professor de filosofia entrou na sua sala de aula, acompanhado de alguns auxiliares. Um dos seus ajudantes carregava uma vasilha cheia de água enquanto outro assistente carregava sacos com areia fina. Os demais bedéis traziam em suas mãos baldes com pedras de tamanhos diferentes.


Depois que o burburinho dos alunos com a novidade se dissipou o ilustre professor se posicionou ao centro da sala e falou:


– Hoje eu tomarei a liberdade de desenvolver a minha aula com alguns elementos, que podem ser sentidos pelos vossos tatos e vistos pelos vossos olhos. Itens ilustrativos capazes de sensibilizar vossas mentes para os fatos mais corriqueiros que normalmente escapa a percepção da maioria das pessoas.


Dito isto a classe desenvolveu um profundo sentimento de curiosidade, pois esse professor era conhecido no meio acadêmico como polêmico e pouco ortodoxo. Todos voltaram os seus olhos para o filósofo que se portava como o maestro do evento.


Silenciosamente o professor posicionou a mesa, que ficava na sala, ao centro do tablado. Sobre ela um dos ajudantes colocou uma grande jarra de vidro transparente.


Rapidamente o professor pegou, em um dos baldes, umas poucas pedras que tinham o tamanho de uma mão fechada. Entregou aos alunos que se situavam nas primeiras cadeiras e disse:

– Eu gostaria que vocês circulassem essas pedras entre os seus colegas. Quando uma delas estiver em seu poder, por favor, sinta o seu peso e a sua textura. Formulem mentalmente alguma idéia sobre estes objetos.


Enquanto cada um recebia uma das pedras e tinha a sua oportunidade de analisá-la por alguns segundos para depois passá-la ao próximo colega, o professor ia arrumando outras pedras de tamanho semelhantes cuidadosamente dentro da jarra de vidro, até esta não comportar mais nenhuma. Na verdade, ele só conseguiu colocar umas oito ou nove delas dentro da jarra!

Todos os alunos observavam em silêncio e acabaram devolvendo as pedras que tinham o tamanho de uma mão fechada.


No momento seguinte o professor pegou em outro balde que estava cheio de pedras menores, pedaços de cascalhos com tamanho aproximado de uma polegada. Como tinha feito com as pedras maiores, colocou alguns dos cascalhos nas mãos dos alunos que estavam mais próximos e disse:


– Assim como as amostras anteriores, por favor, circulem esses cascalhos entre vocês. Notem que eles são menores e mais leves que as primeiras pedras, com texturas diferentes, e ainda apresentam um tamanho razoável que torna difícil segurar mais do que três ou quatro em uma mão. Mesmo assim, por favor, experimentem associar a esses cascalhos uma extensão da ideia mental que fizeram com as primeiras pedras.


Do mesmo jeito como ocorrera antes, os cascalhos foram passando de mão em mão de todos os alunos espalhados na classe. A curiosidade de cada uma se aguçava mais ainda enquanto o professor cuidadosamente jogava os cascalhos por entre as grandes pedras no jarro. Os olhinhos de cada estudante miravam a jarra e o que acontecia com seu conteúdo.


Lentamente, e com alguns espaços entre si, os cascalhos foram acomodados na jarra de forma que não seria possível incluir mais nenhum. Ninguém contou quantos foram usados, mas se pode estimar que umas poucas dezenas foram acomodados na jarra.


Na sequência o próximo material que foi apresentado aos alunos foram os pedregulhos que se encontravam em outro balde. Seguiu-se o mesmo ritual de circularem amostras entre os alunos enquanto o professor novamente procurava acomodar lentamente os pedregulhos nos espaços entre as pedras maiores dentro da jarra.


Dessa vez um dos bedéis ajudava balançando suavemente a jarra para os pedregulhos se assentarem adequadamente até que chegou o momento que a jarra não comportava mais pedregulhos. Como eram muito pequenos, talvez um pouco mais de uma centena de pedregulhos foram necessários para ocupar o recipiente de vidro.


Depois disso o professor abriu um dos sacos de areia e disse:


– Quem desejar sentir a areia com a própria mão, por favor, pegue aqui um pouco. Ela está seca e é muito fina, mas mesmo assim se adere na pele daqueles que a tocam. Com a areia vocês também devem extrapolar a imagem mental que fizeram das primeiras pedras.

Apenas uns poucos alunos se levantaram e foram até onde se encontravam os sacos e procuraram sentir os grãos de areia em suas mãos, como foi sugerido.


O professor começou a colocar vagarosamente a areia fina na jarra, e os grãos foram deslizando por entre os espaços das pedras e pedregulhos até não caber mais areia no jarro. Grão de areia não se conta, mas sem dúvidas alguns milhares foram usados nessa tarefa!

Finalmente restou a vasilha com água entre os materiais ilustrativos.

Dessa vez, sem falar, lentamente o professor pegou um copo e foi despejando água dentro do jarro que já estava aparentemente cheio.


Repetiu esse processo algumas vezes, ou seja, enchia o copo de agua no balde e o entornava no jarro.


Algumas bolhas de ar brigavam com a água e a areia e, embora a maioria delas conseguisse escapar, ainda assim algumas ficaram presas debaixo das pedras.


Em um determinado momento a água transbordou e não se jogou mais nada dento da jarra. O educador agradeceu a ajuda dos bedéis e estes se retiraram.


O silêncio foi quebrado com a seguinte pergunta pronunciada pelo maestro do evento:


– O que vocês associaram a esta experiência?


O primeiro aluno falou que a jarra era uma reprodução fiel do solo com características sedimentar, que costuma ser gerado por um demorado processo de erosão e decomposição, porém após eras torna-se bem firme para sustentar tudo o que é depositado sobre ele.

Uma aluna falou que tinha associado mentalmente a primeira pedra ao conhecimento. Dessa forma cada elemento que foi introduzido na jarra poderia representar quantidades e formas de conhecimento diferentes.


Analogamente, outro aluno imaginou que cada pedra poderia ser um fato da história e dessa forma a jarra representaria a evolução de uma civilização.


Muitos comentários diversos foram proferidos pelos pupilos até que nenhuma outra ideia nova fosse mencionada no debate.


Após uns minutos de silêncio o professor comentou que havia se surpreendido com alguns ótimos exemplos de associações que foram apresentados, citando que um ou outro ele mesmo nunca tinha pensado.


Depois disso falou:


– Caros alunos, permitam-me contar a minha associação para esta experiência. Imaginem vocês que a jarra de vidro represente a sua vida e as pedras os fatos que povoarão a sua jornada pela existência. As pedras maiores são as coisas importantes tais como educação, trabalho, relacionamentos, família, filhos, casa e demais coisas que realmente importam. Os cascalhos são fatos ou problemas menores que nos consomem de tempos em tempos tais como: um carro, uma viagem, um cargo ou função, um cliente ou um projeto no trabalho. Os pedregulhos e os grãos de areia são coisas mais corriqueiras ainda, tais como: contas, peças de roupa, lâmpadas queimadas, serviços diversos, eletrodomésticos, livros, filmes e sei lá mais o que. A água e o ar que ficaram na jarra representam a fluidez da vida com a qual as coisas se acomodam.


Como conclusão de sua aula e sua explicação o professor de filosofia arrematou colocando uma grande pedra sobre a jarra cheia:


– Meus queridos estudantes, lembrem-se do que vou falar agora pelo resto de suas vidas. Se vocês não derem valor e atenção para o que é realmente importante em suas vidas na hora certa, quando eles ocorrem, não poderão mais fazer isto quando for tarde demais. Coisas importantes ocupam rapidamente nossas vidas que são limitadas. Talvez as futilidades do dia a dia tornem impossível tentarmos corrigir as escolhas erradas que ficaram para trás. Qual é o seu projeto de vida? Quais são as importantes pedras que você pretende guardar em sua jarra.


Autor Desconhecido



 
 
 

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